13 de November de 2025 Notícia
3 min

Cardeal Burke leva a chamada “Missa de sempre” ao coração do Vaticano

Procissão e canto gregoriano marcaram o retorno do rito na Basílica após limitações do papa Francisco.

Equipe Centro Dom Bosco

Equipe Centro Dom Bosco


No último dia 25 de outubro de 2025, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Cardeal Raymond Leo Burke celebrou uma missa tradicional — isto é, em latim, segundo o missal tridentino — presidida no Altar da Cátedra da basílica. 

Uma procissão de 800 metros antecedeu a missa, e uma procissão portentosa, onde esteve presente uma multidão de peregrinos, que também acompanhou a Santa Missa, adornada pelo canto gregoriano.

Em 2023 e 2024, a peregrinação não havia sido autorizada pelo papa Francisco.

Tal evento assume contornos que vão além de uma simples celebração litúrgica: torna-se símbolo e palco de tensões dentro do cotidiano católico, e tensões que já haviam sido agravadas no pontificado de Francisco com a promulgação do Motu Proprio Traditiones Custodes, de 2021, que restringiu a Missa Tradicional.

O tenso histórico de Raymond Burke com o Vaticano pela Missa Tradicional

O chamado “Motu Proprio Traditiones Custodes”, de 2021, foi um dos documentos do papa Francisco mais controversos em matéria de liturgia, dado que limitou a missa tradicional — celebrada por uma multidão de santos e papas — com a justificativa de “preservar a unidade eclesial”.

Desde então, foi o Cardeal Burke uma das principais resistências ao documento. Em diversas vezes expressou publicamente sua rejeição ao texto, alertando que a restrição poderia “ferir a própria continuidade da fé católica”.

A Santa Sé enxergou com desconforto e, nos anos seguintes, o cardeal sofreu um progressivo isolamento, foi afastado de cargos, perdeu influência e chegou a perder privilégios salariais e moradia no Vaticano, supostamente cortados por Francisco.

O retorno da Missa Tradicional, pelo menos na basílica de São Pedro, após a limitação do papa Francisco, ergue esperanças para Burke, mas grandes dificuldades ainda o esperam pela frente.

Um passo de Roma à tradição ou mera diplomacia de Leão XIV?

Para os fiéis amantes da Missa Tradicional — considerada a “Missa de sempre” por seu desenvolvimento orgânico e ininterrupto ao longo dos séculos —, a celebração presidida por Burke na Basílica de São Pedro foi recebida com esperança. Muitos enxergaram o gesto como um sinal de que Roma poderia, enfim, estar suavizando sua postura diante da liturgia tradicional, veementemente restringida após o Motu Proprio Traditiones Custodes, de 2021.

Contudo, para outros observadores atentos, o episódio suscita uma dúvida legítima: trata-se de um verdadeiro passo de reconciliação de Roma com a Tradição — ou apenas de um movimento diplomático cuidadosamente calculado pelo Papa Leão XIV?

Neste pontificado, Leão XIV mostrou abertura e cordialidade também para representantes de correntes progressistas dentro da Igreja. Dentre os exemplos mais alarmantes está o encontro com o padre James Martin, conhecido mundialmente por sua defesa aberta da agenda LGBT, herética e contrária à doutrina católica em totalidade.

Agora, a recepção de Burke, seguida da permissão para uma procissão e uma Missa solene no rito tradicional, traz, de fato, esperança e elogios quanto ao papa Leão XIV.

Mas ainda assim lança uma grande dúvida aos olhares católicos, que enxergam um forte dilema vigente no Vaticano: a tradição integral ou a diplomacia progressista?

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