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Torne-se membro ->No último dia 25 de outubro de 2025, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Cardeal Raymond Leo Burke celebrou uma missa tradicional — isto é, em latim, segundo o missal tridentino — presidida no Altar da Cátedra da basílica.
Uma procissão de 800 metros antecedeu a missa, e uma procissão portentosa, onde esteve presente uma multidão de peregrinos, que também acompanhou a Santa Missa, adornada pelo canto gregoriano.
Em 2023 e 2024, a peregrinação não havia sido autorizada pelo papa Francisco.
Tal evento assume contornos que vão além de uma simples celebração litúrgica: torna-se símbolo e palco de tensões dentro do cotidiano católico, e tensões que já haviam sido agravadas no pontificado de Francisco com a promulgação do Motu Proprio Traditiones Custodes, de 2021, que restringiu a Missa Tradicional.
O tenso histórico de Raymond Burke com o Vaticano pela Missa Tradicional
O chamado “Motu Proprio Traditiones Custodes”, de 2021, foi um dos documentos do papa Francisco mais controversos em matéria de liturgia, dado que limitou a missa tradicional — celebrada por uma multidão de santos e papas — com a justificativa de “preservar a unidade eclesial”.
Desde então, foi o Cardeal Burke uma das principais resistências ao documento. Em diversas vezes expressou publicamente sua rejeição ao texto, alertando que a restrição poderia “ferir a própria continuidade da fé católica”.
A Santa Sé enxergou com desconforto e, nos anos seguintes, o cardeal sofreu um progressivo isolamento, foi afastado de cargos, perdeu influência e chegou a perder privilégios salariais e moradia no Vaticano, supostamente cortados por Francisco.
O retorno da Missa Tradicional, pelo menos na basílica de São Pedro, após a limitação do papa Francisco, ergue esperanças para Burke, mas grandes dificuldades ainda o esperam pela frente.
Um passo de Roma à tradição ou mera diplomacia de Leão XIV?
Para os fiéis amantes da Missa Tradicional — considerada a “Missa de sempre” por seu desenvolvimento orgânico e ininterrupto ao longo dos séculos —, a celebração presidida por Burke na Basílica de São Pedro foi recebida com esperança. Muitos enxergaram o gesto como um sinal de que Roma poderia, enfim, estar suavizando sua postura diante da liturgia tradicional, veementemente restringida após o Motu Proprio Traditiones Custodes, de 2021.
Contudo, para outros observadores atentos, o episódio suscita uma dúvida legítima: trata-se de um verdadeiro passo de reconciliação de Roma com a Tradição — ou apenas de um movimento diplomático cuidadosamente calculado pelo Papa Leão XIV?
Neste pontificado, Leão XIV mostrou abertura e cordialidade também para representantes de correntes progressistas dentro da Igreja. Dentre os exemplos mais alarmantes está o encontro com o padre James Martin, conhecido mundialmente por sua defesa aberta da agenda LGBT, herética e contrária à doutrina católica em totalidade.
Agora, a recepção de Burke, seguida da permissão para uma procissão e uma Missa solene no rito tradicional, traz, de fato, esperança e elogios quanto ao papa Leão XIV.
Mas ainda assim lança uma grande dúvida aos olhares católicos, que enxergam um forte dilema vigente no Vaticano: a tradição integral ou a diplomacia progressista?


